Novo na cidade. Uma noite estranha.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Faz mais de quatro horas que cheguei na cidade e ainda me sinto como um peixe fora d´agua. O vento gelado corta meu rosto como se fosse facas afiadas nessa noite, mais continuo parado no mesmo lugar. Cubro minha cabeça ainda mais com o capuz de meu casaco tentando evitar o frio, mais o máximo que consegui foi afugentar um casal que passou perto de mim.
Jonathan havia me dito que aqui eu conseguiria o que eu procurava durante tempos. Me indicou contatos e tudo mais, só esqueceu de me avisar que faz um frio infernal nessa maldita cidade. Por falar em contatos, o metaleiro esta a uma hora atrasado. Sendo amigo de Jonathan, no mínimo esse cara deve estar bebado, jogado em algum balcão de bar. Minha vontade e deixar esse parque frio de lado e voltar pro hotel, mais não posso, vim de longe demais pra desistir logo agora.

De súbito escuto barulho de passos atrás de mim. Viro com calma esperando ser o metaleiro. Pra minha surpresa vejo dois caras de frente para mim. Um com uma chave de carro na mão descendo velozmente na direção da minha cara.
_ Falei que iria te pegar novato.
Foi a última coisa que ouvi antes de apagar com o impacto na minha cabeça.

Quatro horas antes...

Já passava das 19:30 quando uma moto entrou nos limites da cidade de Monte Alto . A moto parou no posto de gasolina logo na entrada da rua principal. O velho Jeremias, frentista, gerente e dono do posto a mais de 25 anos observava a figura todo de preto descendo da moto e retirando o capacete. Um rapaz de no máximo 26 anos mais que para os velhos e sábios olhos de Jeremias significava problemas.
_ Fala ai meu velho, pode abastecer pra mim? Falou o jovem jogando as chaves para o senhor.
_ Claro garoto. Esta de passagem na cidade?
_ Não, devo dar uma parada por uns tempos aqui. Por falar nisso, pode me indicar um hotel e um local com um bom jantar?
_ Claro! Do outro lado da rua tem a lanchonete da Anna. Servem uma boa comida lá. E seguindo esta rua, duas quadras depois você encontrará o hotel Bugre.
_ Beleza! Vou ali comer alguma coisa e depois sigo pro hotel. Segura ai tio. O rapaz tira uma nota de vinte e entrega na mão do frentista e sai com a moto ate o outro lado da rua parando em frente a lanchonete.

O velho Jeremias ficou olhando atentamente para o jovem rapaz segurando a nota que ele lhe deu firmemente e balbuciou.
_ Não tenho um bom presentimento sobre isso. Essa será uma noite estranha.


continua

1 comentários:

Anônimo disse...

Legal!